segunda-feira, 15 de julho de 2013

Ícones Femininos Parte II - Haschepsut Maatkare


Hatshepsut

A primeira Faraó da história e também a primeira personagem histórica feminina de grande visibilidade de que se tem notícia. Governou como faraó de 1473 a.C. até 1458 a.C, aproximadamente na XVIII dinastia. Ela usava barba postiça, roupas masculinas e em tudo se parecia com um homem, inclusive nas conquistas territoriais. Como todos os Faraós, ela se dizia filha dos Deuses, especificamente de Amon-Rá. Todo esse aparato para se "masculinizar" era necessário para Hatshepsut ser respeitada como líder Suprema do império, tendo em sua imagem maior intimidade com a do Deus Hórus.

Com a morte de seu pai, o Faraó Tutmés I, Hatshepsut foi nomeada rainha e seu meio-irmão e esposo Tutmés II  nomeado Faraó, com a morte deste e seu filho (enteado de Hatshepsut) sendo jovem demais para assumir o trono, Hatshepsut foi nomeada Faraó, sob certo protesto dos sacerdotes egípcios. Para legitimar seu direito ao trono, Hatshepsut contou a seguinte história, que está hoje impressa  nas paredes de seu templo funerário em Deir el Bahari um os mais grandiosos de todo o Egito; resumidamente, o Deus Amon-Rá decide que o grande Reino precisava de um novo líder, então toma a forma do rei Tutmés I e uni-se a à rinha Ahmose, mãe de Hatshepsut. Dessa união, nasce a nova Faraó. Falando nisso, quem sabe um dia eu faça um post sobre a feitura de Reis no Egito.

O governo de Hatshepsut, segundo a maioria dos egiptólogos, correspondeu a uma era de paz, com duas campanhas militares sendo empregadas. Hatshepsut teria liderado pessoalmente uma dessas campanhas, com destino à Núbia. Ao que parece, à medida que seu enteado crescia, apareciam rixas entre os dois. segundo o enteado, Tutmés III, ele era o verdadeiro dono do Trono Faraônico, porém Hatshepsut não deixava o poder, pois segundo a tradição egípcia, os Deuses haviam lhe destinado esse direito e Tutmés III só poderia assumir o trono após a morte da madrasta.

E foi isso o que aconteceu. Após 22 anos de reinado, Hatshepsut morreu, com 37 anos de idade. Tutmés III pôde finalmente subir ao trono.
Muitas lendas se originaram sobre a morte de Hatshepsut. Inscrições sobre sua vida foram arrancadas das paredes de templos e muitos de seus bustos destruídos ou enterrados para sempre nas entranhas da História. Teria ela sido assassinada? Perseguida e morta cruelmente por seu enteado, que se dizia o rei legítimo?
Recentemente (2007), esse mistério foi desvelado: A múmia de Hatshepsut finalmente foi encontrada e testes de DNA e um dente cuidadosamente guardado em uma urna denunciaram o que arqueólogos e amantes de egiptologia de todo o mundo desejavam saber: Hatshepsut morreu não devido a sabotagens ou ciladas, e sim devido a uma infecção na gengiva que se espalhou por todo seu corpo. A morte foi dolorosa e infelizmente, nada adequada para uma grande Faraó.

Há outro post que eu gostei muito, Destruindo o Passado. Só que está em inglês, bem aqui.

Encerro esse post, lembrando de um artigo no Brasil Escola, na qual figurava essa imagem, arte que supostamente retrata Hatshepsut:

Sempre me surpreendo com os padrões de representação dos posts supostamente educativos da Record...
Será que Hatshepsut era gostosa assim mesmo? Alguns dizem que ela era obesa, outros que ela não tinha seios... É complicado falar sobre a imagem dos Faraós, tanto homens quanto mulheres, pois o modo com o a arte os representava era simbólico. Hatshepsut era retratada ora obesa (representando fertilidade, característica própria de uma matriarca), ora forte, imponente, barbada e sem seios: imagem própria de um Faraó homem.


Outra vítima dessa confusão de imagens e certa difamação em sua época, foi a próxima estrela do nosso Blog: a última líder do Egito, Cleópatra.


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